Ser ou não ser?
Quem sabe, talvez seja ou
não seja... O ser em meio a outros igualmente diferentes dos próprios seres
envolto na penumbra de tantos indivíduos! Como fugir se queres ficar, o
que sentir se não deseja nem ao menos ouvir a batida do coração daquele
indivíduo que te chama pelo clamar de um olhar? O desejo e o medo, sentimentos
tão complicados que se mesclam e se perdem em si próprio e confundem um único
pensamento ou todos aqueles que podem ser, mas não foram ainda pensados. Como
saber mentir se queres falar somente verdades, mas sabendo que estas fazem
surgir feridas com palavras mesmo que sinceras. A vida perdida em escolhas,
medos, e sonhos.
Não sabes o que pensar
como andar, sair ou se vestir? Nem ao menos quem amar vida que não me deixa
brechas de calmaria e me atormenta com tantos furacões que cercam minha mente,
meu coração. Vida maldita que me mostra tantos caminhos faz permiti-me
tantos sorrisos, gargalhadas que nem motivo tem para surgir em minha face. Porém
mesmo com o menor detalhe de vida presente tento sorrir, mesmo nem todo o
sorriso que traga seja a vida que realmente levo ou verdadeiramente o que meu
coração parece sentir. Ele parece sentir algo?
Lágrimas caem sem ao menos
motivo, apenas por sentir outra lágrima cair em uma face feliz ou mesmo que
seja triste, cai apenas por querer compartilhar o rosto marcado por seu poder,
o poder que existe na pureza de minhas lágrimas. Solidão ou escuridão? Qual
será melhor enfrentar, ou então quem sabe enfrentar a mim mesma meus medos,
minhas vontades que prováveis desastres irão ocasionar.
Minha solidão está
presente no futuro causado pelo meu passado, está no medo presente em meu
coração. Presente no desejo de ter aquilo que já não me pertence há tanto
tempo. Será que um dia chegou mesmo a pertencer? Nem mesmo isso se pode afirmar.
Escuridão não se sabe, não
se enxerga. "Deixar a vida me levar"? Sem saber onde pisar, ou o
caminho que estou prestes a enfrentar, arriscar sem medo de tentar muito menos
ousar. Cada dia mais insatisfeita por não ter respostas de tantos porquês em
meu coração cravados. E cada minuto que se arrasta a passar mais perguntas
surgem ao me ver sangrar em tal ardor que chega a sufocar.
E assim perdido
em meio ao nada me encontro sem destino, ansiosa por topar de frente com aquele,
nem sei quem pode ser. Tem aquele ao qual desejo e também os que me desejam,
mas o que posso fazer se não desejo nada além de poder desejar algo melhor que
posso me trazer o bem em si, o mais puro e verdadeiro. Por isso sigo sem rumo,
sem caminho, nada a trilhar, mas muito por viver ou então que sentir. Onde está
o que me trará a verdade? O que me fará parar para descansar? Aquilo que seja a
água cristalina em meio ao meu deserto onde encontro tantas ilusões das quais
aquelas que me recordo em meu passado não desejo lembrar.
Então eis a questão:
que caminhos escolher, o que escolher
ou quem escolher...? Uma encruzilhada sem
caminhos definidos, nem ao menos um dica, apenas entregue no joguete pelo qual
a sorte clama em meu nome, em nome de meu pobre coração, aquele que já não
aguenta mais sofrer, que não sabe mais pelo o que sofrer.