sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Eis a questão


Ser ou não ser? 
Quem sabe, talvez seja ou não seja... O ser em meio a outros igualmente diferentes dos próprios seres envolto na penumbra de tantos indivíduos! Como fugir se queres ficar, o que sentir se não deseja nem ao menos ouvir a batida do coração daquele indivíduo que te chama pelo clamar de um olhar? O desejo e o medo, sentimentos tão complicados que se mesclam e se perdem em si próprio e confundem um único pensamento ou todos aqueles que podem ser, mas não foram ainda pensados. Como saber mentir se queres falar somente verdades, mas sabendo que estas fazem surgir feridas com palavras mesmo que sinceras. A vida perdida em escolhas, medos, e sonhos. 
Não sabes o que pensar como andar, sair ou se vestir? Nem ao menos quem amar vida que não me deixa brechas de calmaria e me atormenta com tantos furacões que cercam minha mente, meu coração. Vida maldita que me mostra tantos caminhos faz permiti-me tantos sorrisos, gargalhadas que nem motivo tem para surgir em minha face. Porém mesmo com o menor detalhe de vida presente tento sorrir, mesmo nem todo o sorriso que traga seja a vida que realmente levo ou verdadeiramente o que meu coração parece sentir. Ele parece sentir algo?
Lágrimas caem sem ao menos motivo, apenas por sentir outra lágrima cair em uma face feliz ou mesmo que seja triste, cai apenas por querer compartilhar o rosto marcado por seu poder, o poder que existe na pureza de minhas lágrimas. Solidão ou escuridão? Qual será melhor enfrentar, ou então quem sabe enfrentar a mim mesma meus medos, minhas vontades que prováveis desastres irão ocasionar. 
Minha solidão está presente no futuro causado pelo meu passado, está no medo presente em meu coração. Presente no desejo de ter aquilo que já não me pertence há tanto tempo. Será que um dia chegou mesmo a pertencer? Nem mesmo isso se pode afirmar. 
Escuridão não se sabe, não se enxerga. "Deixar a vida me levar"? Sem saber onde pisar, ou o caminho que estou prestes a enfrentar, arriscar sem medo de tentar muito menos ousar. Cada dia mais insatisfeita por não ter respostas de tantos porquês em meu coração cravados. E cada minuto que se arrasta a passar mais perguntas surgem ao me ver sangrar em tal ardor que chega a sufocar.
 E assim perdido em meio ao nada me encontro sem destino, ansiosa por topar de frente com aquele, nem sei quem pode ser. Tem aquele ao qual desejo e também os que me desejam, mas o que posso fazer se não desejo nada além de poder desejar algo melhor que posso me trazer o bem em si, o mais puro e verdadeiro. Por isso sigo sem rumo, sem caminho, nada a trilhar, mas muito por viver ou então que sentir. Onde está o que me trará a verdade? O que me fará parar para descansar? Aquilo que seja a água cristalina em meio ao meu deserto onde encontro tantas ilusões das quais aquelas que me recordo em meu passado não desejo lembrar.
 Então eis a questão: que caminhos escolher, o que escolher ou quem escolher...? Uma encruzilhada sem caminhos definidos, nem ao menos um dica, apenas entregue no joguete pelo qual a sorte clama em meu nome, em nome de meu pobre coração, aquele que já não aguenta mais sofrer, que não sabe mais pelo o que sofrer.